Espalhando a felicidade
Afonso Loureiro
Há alturas em que a felicidade nos enche e começa a transbordar efusivamente, qual cascata de água com gás e aroma de groselha. Temos que extravasar, partilhar com o mundo a alegria que nos faz vibrar e sorrir.
É um sentimento estranho, este, que nos leva a partilhar algo que já não cabe em nós e, por ser partilhado, cresce ainda mais, numa espiral sem volta. Espalhar alegria cria alegria. Faz-nos querer dançar, dar pulos, cantar, tocar música alto, bater tachos e panelas, assobiar, tudo menos ficar parado.
Aaah! Como compreendo o nosso simpático vizinho que descobriu os prazeres da nova buzina de ar do camião. Que felicidade suprema não deve ser a de poder, com a pressão de um dedo singelo, partilhar todo o sentimento que traz no peito, umas vezes com toques ritmados, outras com chamamentos prolongados. Sinto-me contagiado pela sua felicidade, de tal modo, que só me apetece ir à janela e gritar-lhe o feliz que estou por ele estar nas suas sete quintas, a dar à buzina às cinco da manhã!
LOL
É de ir para a janela com a panela e uma colher de pau 😀
Como estamos em Angola essa não ia resultar. Quando há panela não há colher de pau – quando há colher de pau não há panela!