Companhias de bandeira
Afonso Loureiro
Poderá haver uma série de razões subjectivas para preferir a TAP na rota de Luanda. Tentar explicá-las passaria seguramente por dizer que o nacional é bom e que os Portugueses são os melhores do mundo. Chover no molhado, porque todos reconhecem que é verdade. Nestes casos, prefiro ser mais objectivo, porque as razões que não se explicam em nada ajudam os outros.
As primeiras viagens para Luanda foram pela TAAG, na altura em aviões Sul-Africanos, porque a interdição de voar para a Europa com os aviões angolanos ainda estava em vigor. Achei o serviço normal, embora os 747 sejam muito barulhentos.
Quando a TAAG voltou a voar para Lisboa, fiz duas viagens que recordarei sem saudade nenhuma. Na ida para norte, fiquei num lugar de coxia, que seria perfeito não fosse estar à frente dos coletes salva-vidas das crianças e, portanto, não rebatia as costas. A distância ao banco da frente era tão reduzida que viajei sempre com os joelhos de lado. Para completar o desconforto, dei um valente pontapé no parafuso que segura o banco da frente ao chão. Um mês depois, ainda me doía o dedinho…
No regresso a Luanda, tentei regatear um lugar à janela. Estavam todos ocupados. Propus um lugar na coxia, mas só havia um livre e o senhor suspeitava que também não rebatesse. Sabendo o desconforto da viagem anterior, resignei-me a um lugar mesmo a meio do avião, com a garantia de que a cadeira rebatia. Afinal estava avariada e tornei a voar sete horas e meia todo contorcido.
Achando que a diferença de preço haveria de ter justificação, voei na companhia portuguesa. Começando pelo avião mais silencioso e acabando no check-in via internet, tudo é melhor. Cheguei à conclusão que não é preciso que o passageiro da coxia se levante para os outros passarem. Há espaço suficiente para as quatro pernas que se cruzam em frente ao banco. Mais espaço para as pernas debaixo do banco da frente, cadeiras que funcionam e menos barulho na cabine implicam uma viagem muito mais repousante.
É verdade que a TAAG tem um monitor para cada passageiro onde passa filmes e jogos para que a longa viagem seja menos aborrecida. É engraçado, mas, com tanta distração, nunca chegamos a descansar.
É certo que as mantinhas da TAP me deixam as calças sempre cheias de fios vermelhos e que os monitores onde passam os filmes não são lá grande coisa, mas há um pormenor que me deixa rendido. Mesmo na classe económica come-se com talheres de metal.
Boa tarde, tudo bom?
Sou brasileiro e junto com alguns amigos recebi uma proposta de trabalho em Angola. Gostaria, se possível trocar algumas informações sobre Angola.
Parabésn pelo site e muito obrigado.
Fabiel Mendonça
As minhas impressões de Angola vão surgindo aqui. Talvez respondam a algumas questões.
Boa tarde,viajei no passado dia 28 de Outubro com os meus dois filhos bébés para Luanda para me juntar ao meu marido,e realmente tive uma má experiência ao viajar na “nossa portuguesa” companhia aérea. Quando entrei no aeroporto de Lisboa, pensei eu, que íria ter alguma colaboração por parte da TAP, visto que os meus filhos têm apenas 2 e 1 ano respectivamente, mas deparei-me com uma dura constatação, nem no check in, nem na deslocação para a porta de embarque houve uma “alma caridosa”!!!! Ela que já “anda”, “arrastei-a” por aqueles infindáveis corredores, ele deslocava-o no carrinho, e claro, não esquecendo a respectiva bagagem de mão, fui a ultima a embarcar e se não fosse um colega passageiro , penso que ainda hoje estaria à espera que alguém me ajudasse na subida das escadas para entrar no avião.
Mas ainda mais complicado, foi a viajem que NINGUÉM da Tap se chegou junto de mim e disponibilizou alguma ajuda, e sendo ainda mais engraçado, “entalaram-nos” entre dois colegas de viajem, que tiveram obrigatóriamente aturar as birras das minhas crianças!!!!!!
E quando finalmente aterrámos em Luanda e pedi ajuda para descer a terrível escadaria, a simpática hospedeira, fez sinal a uma “colega” de terra mas Angolana para me ajudar…algo constatei, mal entrei para passar por uma longa fila de espera no aeroporto angolano, foi me dito que eu passaría à frente de toda a gente visto ter as duas crianças!!!!!!! E mais, deram-me a possibilidade de “entregar” os meus filhos ao pai e voltar para dentro para recolher a bagagem. Sinceramente, só se não tiver alternativa, mas TAP para mim, NÃO.
Espero que haja pessoas com mais sorte que eu, que realmente a minha experiência foi terrível e ainda o mais nengraçado é que a minha filha pagou como adulto mas querem acreditar que não teve uma unica refeição a bordo?!?! Por acaso dei-lhe de jantar mas caso não o tivesse feito ela ou teria “comido” o meu ou o que eu transportei para o irmão. Agradeço ao três colegas de viajem que me ajudarm nesta dura aventura.
Se tivesse voado por outra companhia a experiência seria diferente?
Não sei caro amigo mas a experiência foi má e quem viaja na TAAG diz que é melhor!!
Só experimentando mas isso só no final do próximo ano, até lá vou estando atenta ao seu blog.
Tenho seguido todo o seu blog sobre a sua estadia em Angola, e não só, que sempre achei extraordinário, de informação e referências.
Gostaria de ir a Luanda em visita, com minha esposa, mas fiquei bastante preocupado quando li num dos seus comentários que tinha desistido de lá passar uns dias com sua esposa.
O que o levou de facto a desistir ?! a situação em Luanda está pior ? as condições de estadia pioraram ? dificil encontrar onde ficar ? preços exorbitantes ?
Estive em Luanda no serviço militar e era uma cidade muito linda. Por isso gostava de a mostrar a minha esposa.
Muito agradecia a sua opinião. se é ou não aconselhável, eu passar uns dias de férias em Luanda com minha esposa.
Estamos os dois na “casa” dos cinquenta anos.
Mais uma vez agradeço a sua atenção e deixe-me dar-lhe os parabens pelo EXCELENTE blog.
C. Leite
A mudança de planos deveu-se à saturação que dois anos de pequenos problemas acumulados causam e ao elevado custo de vida em Angola. Pelos preços pedidos por condições, na melhor das hipóteses, modestas, encontram-se muitos outros destinos africanos com condições acima da média. Teria tido todo o gosto em mostrar à Cristina o país que me acolheu por tanto tempo, mas a ida a São Tomé foi mais proveitosa.
Recomendo-lhe que vá, se conseguirem visto, mas preparem a bolsa porque os preços são de fugir, ou não tenha sido Luanda eleita a cidade mais cara do mundo novamente.