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2009
Licença de porte e uso de pão seco
Afonso Loureiro
Cá em casa vai sobrando sempre um pouco de pão. Numa tentativa de reciclar também este desperdício, primeiro tentamos torradas, depois pão ralado, mas a matéria-prima rapidamente ganha a consistência de betão armado bem curado. Foi necessário encontrar outras soluções.
Perto de casa há um rio que um bando de patos transformou em estância de veraneio, para grande deleite de netos e avós, que passam horas com as mãos pelo meio das grades da guarda da ponte a atirar pedaços de pão aos bichos.
O destino para este pão velho começou a adivinhar-se, mas estou na dúvida se não serei interpelado por um guarda da polícia venatória por falta de licença de caça com pão duro. É que se acerto na cabeça de um pato com o pão que levo, ainda o mato.
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