Marcas do passado
Afonso Loureiro
Nalguns sítios são mais evidentes que noutros, mas as marcas de um passado cada vez mais distante ainda são visíveis um pouco por toda a parte. Às vezes basta esperar pela hora certa do dia, como me aconteceu no Dondo.
A meio da tarde, o Sol a bater na fachada do Banco BIC, numa das esquinas da praça central, revelou a antiga identidade do banco – Banco Pinto & Sotto Mayor.
O Sol de lado revelou as letras escondidas
Este nome comercial desapareceu em Portugal no final da década de 1980 ou princípio da década de 1990, no meio das fusões que extinguiram o Banco de Angola, o Crédito Predial Português, o Borges & Irmão, o Banco Nacional Ultramarino, entre outros.
Já em Luanda, os letreiros abandonados fazem parte da paisagem. Todos os dias encontramos um novo, que marca o sítio de um negócio que fechou durante a mudança de regime.
Nos coqueiros
Aqui os letreiros sobreviveram não só ao negócio, mas também à marca que representavam. Quem tinha um SIMCA comprava sempre um SIMCA, até ao dia em que deixou de o poder fazer.
Na Mutamba
Para quem gosta destas coisas, Angola é o paraíso da arqueologia comercial e industrial do séc. XX.
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