Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

14  11 2009

A Honra. A Fama. A Glória.

Vivemos num mundo que dá muitas voltas e nem sempre são para o mesmo lado. Umas vezes gira para a esquerda, outras para a direita, quase sempre para a frente e, também acontece, para trás. Sucede que, numa mudança de sentido não antecipada, as coisas podem ficar um pouco confusas.

Depois dos problemas que tive com a utilização indevida de algumas imagens por outros, resolvidos quase todos a bem, e que me levaram a acrescentar uma marca-d’água mesmo no meio de cada fotografia para evitar mais abusos, a última coisa que esperava era repetir a experiência.

No Semanário Angolense
A foto mais circulada

Mas o mundo não pára quieto e numa das voltas contorcidas que deu acabou por criar uma pescadinha de rabo-na-boca, que é este artigo.

Sem saber bem como, o Aerograma deixou de se cingir à esfera virtual e deu um passo de gigante. Foi digno de se estrear nas páginas de um semanário de referência angolano. Tal facto significa uma grande conquista, uma vez que nem todos são dignos de semelhante honra. Poderá mesmo ser o primeiro sinal dos meus quinze minutos de fama.

Só a glória terá de aguardar, por um inacreditável capricho do destino, nem o jornal me contactou anunciando a nova, nem foi mencionada a proveniência do pedacinho que usou para ilustrar a sua história. Não fora a bela marca-d’água, e teria passado despercebida a estreia do Aerograma na imprensa.

Apresento-vos, pela primeira vez na história deste humilde espaço, a fotografia da fotografia.

No Semanário Angolense
in: Semanário Angolense nº 341

Continuo com a curiosa impressão de que os fotógrafos angolanos andam distraídos, uma vez que as minhas fotografias de Angola têm surgido com cada vez maior frequência. Obviamente que me deixa um pouco inchado com aquele orgulho vão que só afecta quem não está habituado a semelhantes atenções, mas sou apenas um de muitos estrangeiros que publica fotografias do país e que relata as suas impressões sobre a vida num país diferente.

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “A Honra. A Fama. A Glória.”

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  1. Distraídos, meu caro Amigo, andam quase todos. Aliás, essa característica, tal como a subserviência, é meio caminho andado para o êxito tipico dos que têm coluna vertebral amovível. Ainda bem que o Aerograma e o Afonso Loureiro são daqueles que por nascerem direitos… tarde ou nunca se entortam. Nunca, espero eu e todos aqueles que não têm voz.

    Obrigado.

  2. Talvez seja por isso que estas coisas tanta confusão me fazem…

  3. Caro Afonso,

    É bom não perder de vista como nasceu a “República Popular de Angola”: Tudo é do povo, logo tudo é do mpla, logo o roubo não é roubo, é a lei… do menor esforço. Depois, quanto à apropriação do alheio, os exemplos vindos de “cima” são de uma miséria muito grande. Nós por cá também estamos bem servidos.
    Um abraço.

  4. Realmente não abundam as fotografias da presente realidade e/ou da paisagem rural ou urbana de Angola. Essa é uma das razão que me faz vir aqui com alguma regularidade. Creio que essa falta deve ter a ver com os traumas que uma guerra de mais de duas décadas provocou e pelo facto dos angolanos estarem cansados de ruas e prédios esburacados, lixo, material de guerra abandonado, entre outras “cicatrizes” que para o povo de angola foi e continua a ser uma imagem diária. É claro que nós, no exterior ou de visita ao país, tendo uma outra vivência, poderemos estar a ver essa lacuna com outros olhos

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