Corrente alternada
Afonso Loureiro
Com a chegada do Verão e a cada vez maior utilização das máquinas de ar condicionado, os cortes de corrente eléctrica têm-se tornado mais frequentes. Dizem que atingem o seu pico pela época do Natal, em que há mais gente em casa e menos funcionários nos piquetes.
Apagões em Portugal e no Brasil já são caso para manchetes de jornais e pedidos de responsabilidade política. Em Angola ainda há o conformismo servido com um encolher de ombros e um «Isso é Angola…».
Com as trocas de fases que se fazem nos postos de seccionamento, numa tentativa vã de equilibrar as cargas, os bairros vão sendo ligados e desligados após um sobreaquecimento ou curto-circuito algures na rede. Por vezes são apenas alguns minutos, outras vezes, várias horas às escuras.
Em Luanda encara-se com muita seriedade as características da energia fornacida. Durante as últimas falhas, por exemplo, as ruas do bairro têm recebido corrente alternada, ou melhor, vão tendo electricidade alternadamente.
Após várias horas às escuras, com os frigoríficos a entrar no modo tropical, lá voltou a electricidade, apenas para falhar no outro lado da rua ao fim de uns segundos. Talvez tenha a ver com o tal plano da iluminação de Natal à escala metropolitana.
Visto da Estação MIR deve ser bem bonito…
Por acaso gostava de ver os enfeites de Natal por aí. Quando era pequena lembro-me de perguntar à minha mãe porque é que a árvore de Natal aí não era como o imbondeiro. Lá tinhamos sempre os pinheiros artificiais e eu imaginava as miniaturas dos imbondeiros com as múcuas pintadinhas a fazer de bolas de enfeite. É que nem eram precisas luzes para ficar linda e original. Porque será que em cada lugar do mundo não se practica um Natal de acordo com a geografia, as necessidades e raízes? Um dia ainda faço uma assim. 🙂
Bem visto Afonso! Já me fez rir com essa do Guiness. Rir e fazer rir apesar dos apesares, ainda continua a ser a melhor forma de lidar com as situações.
Há alguns embondeiros luminosos espalhados pela cidade, mas estão em minoria relativamente aos pinheiros nórdicos…
Ah menos mal. Espero chegar ainda a tempo de ver algum, se bem que com essas limitações que sabemos, mais valia que os enfeitassem sem luzinhas que bastava vê-los à luz do dia e haveria muito material que se podia aproveitar para fazer coisas engraçadas sem grandes gastos.
Às tantas nem dá para o guiness que o apagão ainda acontece é sem intermitência e é mais escuridão a tempo inteiro! Tipo apagão de rede telefónica que hoje nem se consegue ligar daí ao que sei.
Esqueci de dizer que se podem chamar baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras. Tirando os gelados e batidos de múcua que confesso não serem das minhas preferências, acho que é pouco explorado o fruto do imbondeiro. Ando em pesquisas gastronómicas e ainda hei-de descobrir aí alguma forma saborosa de as confeccionar.