Em prol do CAN
Afonso Loureiro
O CAN parece ser o desígnio nacional angolano da estação. Tudo correrá bem se o campeonato se realizar sem sobressaltos. Todo o mundo ficará a conhecer a grandeza da nação angolana.
Empregam-se fundos necessários noutras áreas para apressar a conclusão dos estádios e abdica-se de resolver problemas bem mais prementes em prol da imagem que se julga vir a transmitir para o estrangeiro. Mas a imagem que chega lá fora começa a coincidir com a que se vê cá dentro: mesmo que se terminem os estádios e a competição decorra sem problemas, a população vai continuar a viver nas mesmas condições e a julgar que o futebol veio a Angola só por causa dos ricos e das gasosas na construção dos estádios.
Cosmética para o CAN
O futebol não se faz só com estádios, são também precisos hotéis para alojar os visitantes, transportes para os levar aos locais e água, electricidade e telefones para que possam sentir-se a viver uma situação de normalidade.
Ainda há hotéis para ser inaugurados até ao início do ano, mas é certo que nunca serão suficientes para albergar toda a gente, pelo que haverá também um mercado paralelo de alojamento a funcionar, como se espera nestas situações.
O Governo assegurou que os consulados estariam prontos para atender o aumento de pedidos de visto motivados pelo campeonato de futebol, mas o certo é que chegaram notícias de Lisboa dizendo que os processos para requisição de visto deixaram de ser aceites a partir de dia 9 de Dezembro, porque o consulado vai fechar para férias até Janeiro.
Bem vistas as coisas, se não há alojamento que chegue para todos e é necessário apresentar uma reserva de hotel ou similar para se obter o visto, mais vale encerrar o consulado.
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