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01 2010

Aventuras culinárias – Filhoses

Agora que se acaba a quadra do Natal, com todos os seus excessos culinários, resolvo deixar o meu testemunho da aventura que é fazer filhoses como preparativo para Natais futuros.

Ingredientes
Ingredientes, com a balança e a medida a jeito

Os ingredientes são poucos, mas convém que sejam bons. Farinha, água, ovos, açúcar, azeite, laranja, aguardente, fermento e sal, segundo quantidades descrescentes, como mandam as regras de rotulagem de produtos no que diz respeito à sua composição.

Fermento
O fermento produzido em Portugal, mas rotulado para exportação

O primeiro passo consiste apenas em dissolver o fermento em água tépida. Em tempo frio sabe bem aquecer as mãos e a levedura também agradece.

Fermento dissolvido
Fermento na banhoca

Numa tigela funda deita-se meio quilo de farinha de trigo. Maiores quantidades implicarão alterações proporcionais aos restantes ingredientes.

Farinha
Farinha de trigo

No meio da farinha abre-se um buraco a imitar um vulcão e juntam-se os restantes ingredientes. Começa-se com quatro colheres de sopa de azeite.

O azeite
Azeite

Um cálice de aguardente para a massa e outro para quem apreciar a bebida.

A aguardente
Aguardente

Três ovos inteiros, mas sem casca para dar cor.

A massa
Ovos

Uma colher de café de sal, uma de sopa de açúcar e raspa de casca de laranja.

Raspa de laranja
Raspa de laranja

O sumo da laranja raspada também vai entrar na mistura, por isso é melhor ter um espremedor à mão. Aquecer a laranja em água quente ou no microondas ajuda a obter mais sumo.

Sumo de laranja
Sumo de laranja

Depois de tudo bem misturado junta-se o fermento que se deixou na água tépida e começa o verdadeiro trabalho.

Amassando
Misturando os ingredientes

Corrige-se a quantidade de farinha enquanto se mistura. Para que a massa fique elástica, pode-se ir juntando umas gotas de azeite.

A massa tem de ser batida até se começar a soltar das mãos e da tijela. Quanto mais sovada for, mais fofas ficarão as filhoses. É muito mais repousante e conveniente encontrar alguém que se deixe convencer facilmente e dizer-lhe que é divertido amassar filhoses. Passa-se-lhe a massa para as mãos e pede-se para a ir sovando. Sempre que reclamarem, diz-se que já está quase.

Massa sovada
Pronta para levedar

Tapa-se a massa com um pano e deixa-se levedar num local quente até ficar com o dobro do tamanho. Aproveita-se para descansar os braços.

A levedar
Hora do descanso

À medida que o fermento se vai alimentando da farinha e do açúcar, faz a massa crescer. Passado algumas horas espreita-se a massa. Se parecer ter o tamanho certo, aquece-se óleo numa frigideira funda e esfrega-se as mãos de contente.

Massa levedada
Depois da sesta

A receita diz para se tender a massa em forma de nuvens. Pessoalmente, como vejo muitas coisas nas nuvens, prefiro moldar a massa em forma de cachorrinhos, combóios, casas ou outras coisas que se pode ver passar no céu nos dias de Primavera quando estamos deitados num pasto perdido nos montes.

Esticando a massa em forma de nuvem
Esticando a massa

Para melhores resultados é preciso ir molhando os dedos em óleo. É aconselhável não usar o da frigideira, que deve estar demasiado quente.

Com dois garfos vão-se virando as filhoses até ficarem douradas. Depois é tirá-las com jeitinho.

Até dourar
Não se espeta as filhoses

Para absorver o óleo quente e deixar as filhoses sequinhas, usa-se muito papel. Antes no papel que nas artérias.

Filhoses a escorrer o óleo
Filhoses à seca

Para quem gostar, pode-se polvilhar as filhoses com canela ou canela e açúcar. Por cá gostamos delas mesmo assim.

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

8 respostas a “Aventuras culinárias – Filhoses”

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  1. Nham Nham!! E estavam bem boas!!!

  2. Foste tu que fizeste? Das duas 4, ou ganhaste muito musculo no peito ou não és tu.

  3. As filhoses fazem-se a dois. Tem muito mais piada.

  4. Só quero dizer que o teu fogão não sabe contar, na última foto diz “9” mas só vejo 5 filhoses…

  5. Só sabe contar pelos dedos.

  6. No sertão do Brasil, mas especifcamente na região do Seridó do Rio Grande do Norte, ainda encontramos filhós.
    O mais interessante é que por aqui o que está no imaginário social é que filhós se come mesmo no carnval, principalmente no domingo de entrudo. Antes o doce era usado pelas mulheres para afugentar os papangus que faziam medo nas crianças. O tempo passou e hoje comemos filhoses quando encontramos ou quando alguém faz. Outro dado interessante é que aqui muita gente costuma colocar na massa batata-doce e não usa-se bebida como vocês e nem os formatos que existem por aí. Fazemso bolinhas pequenas com a massa e diferentemente de vocês, preferimos comer o doce com mel de rapadura ou caramelado de açucar.

  7. Obrigada pela receita e pela boa disposição!
    Vou experimentar.

  8. Ficam bem, de certeza!

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