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01
2010
Mãos de princesa
Afonso Loureiro
Caramba, tenho as mãos numa desgraça. Nos últimos dias têm exercido uma atracção especial por coisas pontiagudas ou cortantes. Se isto continua, passo a andar com elas nos bolsos.
No último ano e meio tenho tido apenas trabalho de escritório e os calos a que me habituei desapareceram quase todos. Fiquei com aquilo a que se pode chamar de mãos de princesa. Estou a precisar de rachar lenha, ir escalar ou fazer um móvel, para ver se os calos voltam.
Entre arranhões, cortes e furos, conto onze marcas pintadas a vermelho nas mãos. Corto-me e arranho-me a reparar a vedação que o cão teima em romper, pico-me a lavar garfos e espeto coisas debaixo das unhas, o que não é uma sensação agradável.
Tenho lá umas obras para fazer em casa…assentar massa, queres?
Se puderes esperar até às minhas férias, terei todo o gosto em ajudar. Pagas em compota de pêra.