A rua esquecida
Afonso Loureiro
A Rua da Administração da Maianga esteve fechada para obras cerca de meio ano. Entre esgotos, passeios, gravilha, esgotos novos, passeios novos, terra, esgotos novíssimos, passeios novíssimos, asfalto e mais uns arranjos, estes dois quarteirões mal medidos devem ter custado o seu peso em ouro, diamantes e barris de petróleo.
Quase acabada
A obra foi tão demorada que já se faziam apostas em torno da data da reabertura da rua e do estado em que estaria uma semana depois. Ganharam os que disseram que abriria antes do Natal. Foi quase a prenda para o campeonato de futebol. Uma semana depois ainda estava transitável, tanto em termos de buracos como em termos de engarrafamentos.
Ao fim de tanto tempo com desvios improvisados pelas ruas das redondezas, saltitando de poça em poça e esperando que não fossem tão fundas como prometiam, as pessoas acabaram por se esquecer desta rua. Para atravessar o Prenda deixou de fazer parte das rotas indicadas. Enquanto esteve fechada, os desvios tornavam o trânsito tão difícil que todos queriam evitar a zona.
Depois das férias de Natal e Ano Novo, sempre quero ver se a memória dos condutores foi reavivada.
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