Lotação esgotada
Afonso Loureiro
Respondendo às críticas da falta de camas em Luanda para os turistas, o ministério da hotelaria e turismo, cuja sigla – MINHOTUR – faz lembrar uma agência de viagens de Viana do Castelo ou Vila Praia de Âncora, pagou um anúncio de página inteira no Jornal de Angola. Ficámos a saber que a oferta hoteleira de Luanda é de quase cinco mil camas, contando todos as camas, divãs, beliches e enxergas dos hotéis de luxo, pensões de meia estrela e hospedarias de telhado de chapa ondulada que estão registadas na província. A lista era extensa e, para parecer maior, incluía até as três camas disponibilizadas por uma hospedaria modestíssima algures nos arrabaldes.
Pensão de uma estrela
Em situação normal, todos os hotéis rebentam pelas costuras e o famoso campeonato de futebol trouxe algumas preocupações sobre o alojamento dos turistas. Os tais que se desejavam para trazer algum benefício ao país para além de um orgulho inchado. A julgar pelo que se viu nos estádios vazios, as preocupações eram desnecessárias. Os turistas não vieram. Não conseguiram.
Entre bilhetes postos à venda a menos de um mês das partidas e o filtro eficaz que os serviços consulares aplicaram na emissão de vistos, tornou-se tarefa quase impossível conseguir entrar em Angola no princípio do ano.
Bem tinham razão os que diziam que os hotéis que abrirão até ao fim do ano ainda vêm bem a tempo do futebol…
olá gostei de etar ai neste blog
Meu caro Afonso,
Não compartilho da opinião de que em Luanda faltem camas para turistas. Na minha percepção, faltam é turistas para essas tantas mil camas.
Preciso esclarecer que me refiro a turistas no senso estrito, i.e., pessoas que viajam por recreação. Como você sabe, é praticamente impossível a um estrangeiro ir a Angola a turismo. Os poucos que conheci nessa categoria eram familiares de expatriados, que foram a Angola matar saudades e conhecer um pouco do “habitat” de seus maridos, filhos, pais ou companheiros. Não por falta de interessados, diga-se bem. Sei de muita gente mundo afora que adoraria gastar um punhado de dólares para passear em Angola e não consegue. Os filtros dos consulados são mesmo muito eficazes.
Eu não sabia da existência de um ministério de hotelaria e turismo. E nem que estavam preocupados com o alojamento de turistas durante o CAN. Esses angolanos são mesmo uns piadistas.