Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

30  01 2010

LaTeX e cornetas não ligam

Sem ter noção do que me esperava, lancei-me de cabeça na conversão do Aerograma em livro. Depois de perceber a trabalheira que vai dar, quase me arrependi, mas agora não há voltar atrás.

Se tudo se resumisse à cópia de todos os artigos e à montagem num documento único, seria fácil, mas assim não garanto que saia tudo com o mesmo aspecto. Ao longo dos últimos dois anos houve muitas alterações à estrutura interna do Aerograma e à maneira como fui carregando as coisas. Preciso de utilizar o texto original livre de qualquer formatação indesejada. O passo seguinte consiste na aplicação de estilos. A minha veia masoquista levou-me a voltar ao LaTeX, que é trabalhoso, mas tem resultados fantásticos. Antes que façam associações esquisitas com borracha e masoquismo, o LaTeX a que me refiro é uma espécie de linguagem de programação para tipografia.

O processo começa com a separação da alma do Aerograma – a base de dados, do seu corpo – o servidor. Interessa-me a substância, não a forma. A longa lista de artigos, comentários e códigos é transformada num grande ficheiro de texto para ser lido pelo conversor. As formatações, definições de página e outros requintes indicam-se com algumas linhas de comando que se adicionam a este ficheiro. Até agora ainda não sabemos bem como irá sair, apenas podemos imaginar. Quem só conhece os processadores de texto modernos em que tudo se escreve com um aspecto próximo do final pode achar que esta abordagem é paleolítica, mas os resultados finais são surpreendentes.

Quando estivermos prontos, compilamos as nossas instruções e o texto e, segundos depois, obtemos um documento com índices, um excelente aspecto gráfico e, ao contrário do que sucede quando se usa um processador de texto moderno, tem a formatação garantidamente igual do princípio ao fim.

Agora espera-me a fase de limpeza. Tenho de ordenar histórias, retirar os artigos que não quero ver incluídos, eliminar os códigos HTML que sobraram e indicar onde são as divisões de capítulos. O trabalho vai ser longo, porque a primeira compilação resultou em cerca de 1’500 páginas. Para que saia bem necessito de sossego, coisa que é impossível com o Yanick, o chato de serviço, a soprar no raio da corneta do futebol todo o santo dia!

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “LaTeX e cornetas não ligam”

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  1. Parabéns pela decisão! Boa sorte com o processo, já o presenciei várias vezes e sei que não é fácil.

  2. Caro Afonso,

    Considere-me desde já na bicha para a compra do livro. Serei leitor interessado da mesma forma que o sou do blog.
    Agora que irá ser uma trabalheira, disso não tenho dúvidas. Mas não posso ajudar. Posso, isso sim, aproveitar a embalagem que levo em leituras de livros à volta das mil páginas para ler o seu. Digamos que já estou em exercícios de aquecimento!

    Um abraço.

  3. Aichhhhhhh! Acho que fiquei com urticária só de ler esse nome…LaTex!
    Usei-o no trabalho final de curso e jurei para nunca mais! É preciso coragem sim senhor, para escolher esse editor de texto.

  4. Boas,

    Há umas semanas que não via o blog. Que excelente noticia! Ficarei a aguardar pacientemente. Bom trabalho.

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