Dísticos herdados
Afonso Loureiro
Em Angola, apesar de se venderem cada vez mais carros novos, o parque automóvel ainda é constituído quase exclusivamente por carros japoneses em décima-sexta mão importados de partes do mundo onde já são considerados sucata. Destes, a grande maioria está em mau estado à chegada ao porto e pior ficam após umas semanas nas estradas angolanas.
Quando os carros começam a dar muitos problemas e as reparações a ficar caras, a única solução é encontrar um comprador incauto que fique com o mono. Para fazer subir o preço é necessário dar ao carro um aspecto um pouco melhor e para isso, nada melhor que uma pintura nova.
Há ruas em Luanda que fazem lembrar uma gigantesca estufa de pintura automóvel, apenas com a particularidade de ser ao ar livre. Ao longo da rua perfilam-se carros com os vidros tapados com jornais e homens de tronco nú envoltos numa névoa colorida que se vai agarrando à chapa quase sempre sem primário. O pó deve ajudar a dar uma textura especial à tinta.
Talvez importado
Para que o carro não perca o ar de novidade de importação, uma das coisas que é sempre protegida na pintura é o dístico identificador do país de origem. Carros velhos com pinturas novas mostram, orgulhosamente, o autocolante queimado pelo Sol que assegura serem estrangeiros. Talvez seja uma espécie de garantia de que o carro não circula assim há tanto tempo nas estradas angolanas e que a mecânica está melhor do que se imagina.
Para: “Farto de vos aturar” –> Lololol…coisa feia a inveja! ah ah ah…tristeza!
Alguém tem um ultralevur ou imodium q dê ao rapaz? Mas q diarreia verbal q prali vai…
Uma vez que o senhor “Farto de vos aturar” não se sabe comportar e revela um certo masoquismo por insistir em vir visitar esta casa insultar anonimamente, todos os seus comentários serão apagados sem apelo nem agravo.
Ora, até que enfim!
Haja higiene!
Olhem que o carro da imagem… é uma obra de artesanato. Talvez seja escusado perguntar: não há centros de inspecção em Luanda?
Ab
Curiosamente, todos os carros importados têm de ser inspeccionados para garantir que estão em boas condições. A partir daí é um salve-se quem puder.
Já agora corrige lá o “que assegura que serem estrangeiros”.
Depois de lhe cortar o pio, ainda me acusou de ser aqui que nunca escondi, um estrangeiro em Angola, para além de insultar os restantes leitores, como seria de esperar.
Não percebo que inseguranças e necessidade de afirmação sofrem estas pessoas que se escondem atrás de um anonimato cobarde para insultar os que não pensam da mesma maneira. Porque não ocupam o seu muito tempo livre para escrever o blog que querem em vez de andar a chatear os outros? Não há pachorra!
Duas gralhas em duas palavras não é costume, mas desta vez passou. Corrigi o “que” adicional e o “estrangeito”.