Higiene automóvel
Afonso Loureiro
Os luandenses adoram os seus carros. Mesmo as viaturas mais modestas têm autocolantes, aplicações de cromados, vidros escurecidos e um rádio a tocar bem alto. Tratam das máquinas como não tratam da cidade, mantendo-as limpas e bonitas.
Apesar de haver muita gente a quem não faz confusão nenhuma atirar lixo pela janela, há um verdadeira obsessão colectiva pela limpeza dos carros. Em qualquer esquina há alguém a lavar o carro a pano e, no centro de Luanda, há muitos rapazes que ganham a vida lavando carros com água que retiram das valetas ou de fugas da rede pública. Como é proibido lavar os carros na via pública, a fiscalização, quando não está ocupada a procurar máquinas de ar condicionado a pingar nos passeios, costuma esperar pelos donos para lhes aplicar a multa da lavagem indevida.
Ganhando a vida
Na periferia florescem autênticas lavagens automáticas nos vaus dos rios que ainda marcam a paisagem. Com um gerador, uma bomba e uns metros de mangueira nasce um negócio lucrativo. Desde que haja água e gasóleo para o gerador não há mãos a medir para tanto cliente.
Os principais clientes são as frotas de candongueiros, porque os motoristas têm de entregar a carrinha lavada e atestada ao final do dia. Também não é invulgar encontrar carros da polícia e pesados nestes sítios.
Em virtude do clima e das condições da maioria das estradas de Luanda os preços praticados variam consoante a estação do ano. No Cacimbo, com muito pó, uma lavagem à beira-rio custa cerca de 500 Kz, mas com a lama do Verão o preço sobe para quase o dobro.
Meu Caro,
“Roubei” esta foto para o meu blogue, obviamente citando a fonte. Foi para ilustrar uma história com trinta e muitos anos sobre um outo puto albino, o Tito – construtor de Toyotas.
Um abraço do,
Orlando Castro
E o sapato, Afonso?
O sapato sempre a brilhar, independentemente das toneladas de lama desta cidade…
lol