Poder tradicional
Afonso Loureiro
A sociedade tradicional angolana é regida pelos costumes e é personificada na figura do soba de cada bairro. Os sobados de outros tempos, em que o soba local era a única autoridade conhecida, já não existem, mas foram responsáveis pela manutenção de alguma autoridade no interior do país durante a guerra civil. A constituição angolana prevê a coexistência de duas leis diferentes para reger as gentes, uma delas, a tradicional, é aplicada pelos sobas, dentro de certos limites, obviamente. O direito consuetudinário, ou costumeiro, aplica-se às zonas rurais segundo os usos e costumes de gerações. Nas cidades aplica-se a legislação escrita.
Cada bairro tem o seu soba e todas as decisões da vida comum passam por ele. Pelo cargo que ocupa e pelo facto de ser quase sempre um ancião, é respeitado e obedecido.
Reunião de Sobas
Os sobas são um poder independente, mas são pagos e fardados pelo Estado. Usam uma farda caqui com um chapéu que os permite distinguir facilmente. Na altura das eleições legislativas muitos receberam também motorizadas, não do Estado, mas do Governo, ou do MPLA, o que vai dar ao mesmo.
A caminho do posto
Na província, nos últimos dias do mês, é frequente encontrarmos verdadeiras procissões de mais-velhos fardados de castanho claro em direcção a um posto administrativo. Vão-se juntar aos que chegaram mais cedo para conversar enquanto esperam que os 6’000 kz mensais lhes sejam entregues.
A cultura Africana e muito rica….