Banhos d’água fria
Afonso Loureiro
No dia em que cheguei de Ganda, a primeira coisa que fiz foi enfiar-me no chuveiro e tomar um duche quente. Tinha passado quatro dias sem me lavar decentemente e acho que já começava a cheirar a catinga…
Em Luanda é costume a água faltar. Exceptuando as coisas novas, tudo o resto se vai mantendo de pé à custa de soluções de recurso. A rede de água não é excepção. É perpetuamente remendada e emendada, tentando-se fazer as reparações mais depressa que as avarias surgem. Tenho de reconhecer que os piquetes da EPAL trabalham depressa. Mesmo em avarias grandes, a água não falta muito tempo seguido.
Desta feita, quando quis tomar banho, a água estava com pouca pressão. Corria um fio tímido nas torneiras que lhe deixava adivinhar um fim próximo.
A recente avaria eléctrica cá de casa privou-nos de algumas coisas a que já nos tínhamos acostumado, como a água corrente todo o dia. Agora, quando não há água na rede, nós também não temos, apesar de conseguirmos olhar para 3000 litros de líquido precioso logo abaixo da janela. Sem bomba, a água só lá fica a descansar e a rir-se para nós.
Enfiei-me na banheira e abri a torneira. Ainda dava para me ir lavando.
Infelizmente, a caldeira está ligada no mesmo circuito que a bomba… e nada de água quente.
Antes com frio do que a cheirar mal, não é?
Mesmo assim estás com um clima quente, imagina que fosse num país frio ou mesmo na Guarda….aí sim seria muito pior.
Que bom voltar a ler textos fantásticos de um país que nos fascina e supreende em cada momento!!
Adorei o relato da viagem e as fotografias! O monte da lua está igual!! Gostei de ver o link com as fotos antigas e compará-las!
Quando forem ao Huambo também quero ver muitas fotos!
PARABÉNS pela coragem de inculturação!
Fica bem…