Pedra Formosa da Citânia de Briteiros
Afonso Loureiro
A poucos quilómetros da cidade de Guimarães, num esporão paralelo ao Rio Ave que domina todas as portelas e planícies em volta, situam-se as ruínas de um povoado castrejo, cujos tempos aúreos se situam pela Idade do Ferro, a Citânia de Briteiros.
Para além da dimensão do recinto, do qual apenas se escavou uma pequena parte, o estado de conservação das estruturas é igualmente impressionante. Pequenos pátios murados, com ruínas de casas de pedra bem aparelhada e até o pormenor de uma calçada com uma caleira por onde corria a água da nascente do monte de São Romão, agora seca.
Seguindo essa caleira, que vai atravessando as lajes de um lado para o outro da rua, acabamos por ir dar a uma estrutura isolada, os banhos.
Pedra Formosa
Como termas da época romana, não se pode dizer que fossem excepcionalmente luxuosas ou de dimensão monumental. Eram adaptadas às dimensões do pequeno castro. A principal atracção destes banhos públicos seria a sauna, que, contrastando com termas tipicamente romanas, não era aquecido por uma fornalha e hipocausto, mas apenas com pedras quentes levadas para o interior.
A falta de fornalha implicava que a entrada para a sauna fosse um exercício de contorcionismo, uma vez que, para o calor e vapor não escaparem, existia apenas uma pequena abertura ao nível do chão. Mas a pedra onde foi talhada a passagem é digna de admiração. Um grande bloco de granito ostenta decorações com motivos célticos, característicos da cultura castreja. As suas linhas finas dão-lhe uma graciosidade e leveza que o tamanho lhe nega e, por isso, ganhou o merecido nome de Pedra Formosa.
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