Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

23  11 2010

Um eléctrico na serra

Dos vários meios de transporte público existentes em Lisboa, talvez o mais apropriado ao centro da cidade seja o eléctrico. Adapta-se bem às ruas sinuosas e incomoda muito menos, em termos de ruído e gases de escape, que os autocarros. Devido às mudanças ocorridas no povoamento da cidade, foi dada primazia aos autocarros e metropolitano como transportes públicos. As linhas de eléctrico foram sendo abandonadas e a própria frota morrendo aos poucos.

Sobraram os carros que fazem as últimas cinco linhas e mais uns quantos no Museu da Carris. Os restantes acabaram por ser vendidos a peso para a sucata. A partir daí, perde-se-lhes o rasto. Quase todos terminaram a viagem num alto-forno, onde se transformaram noutras coisas.

Outros escaparam do ferro-velho para ser transformados em bares ou decorações de restaurantes, mantendo apenas a forma exterior. Um deles acabou por se tornar um cartaz de boas-vindas a uma pequena vila nas faldas da Serra da Estrela.

Eléctrico de Maçaínhas
«Maçaínhas saúda-vos. Sejam benvindos»

O eléctrico de Maçaínhas, pintado de amarelo-Carris, está tão deslocado do seu meio natural que nos faz duvidar dos próprios olhos. Será em Maçaínhas que, todos os anos, se juntam os reformados da Carris?

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

Uma resposta a “Um eléctrico na serra”

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  1. Afonso,a obra de arte está um espectáculo!Gosto imenso!Recordo-me de ver este eléctrico a circular pela última vez.Foi em Alcântara,em1991,fazendo percurso dessa zona ao Arco do Cego,ligado à carreira 19,extinta em Abril desse ano.

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