Restos da indústria do ócio
Afonso Loureiro
Num dos nossos passeios pela zona saloia visitámos uma pequena povoação quase abandonada. A poucas dezenas de quilómetros da capital há já muitas aldeias completamente vazias ou com dois ou três moradores apenas.
Nesta, apesar de próxima de Pêro-Pinheiro, as actividades económicas não se resumiam à agricultura ou à exploração de pedreiras. Numa das casas mais afastadas da estrada, paredes-meias com um afluente da ribeira de Cheleiros, estão os restos de uma oficina de máquinas de pinball.
Pinball Minefields – construída na Malveira
No meio de paredes e telhados arruinados vêem-se painéis coloridos, interruptores, lâmpadas estilhaçadas e muitos fios ligando molas e motores. No meio do lixo há bastidores completos com as entranhas das máquinas vandalizadas e penduradas por fios envelhecidos.
São da época em que as máquinas dos salões de jogos não eram televisores ligados a um computador e podiam ser construídas por quem tivesse paciência e habilidade com um ferro de soldar. O mundo avançou e as máquinas de pinball viram-se relegadas para museus. São mais difíceis de reparar quando avariam e não podem ser actualizadas com programas novos de um dia para o outro. Quem viu uma destas a funcionar em condições nos últimos anos?
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