Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

19  08 2011

Restos da indústria do ócio

Num dos nossos passeios pela zona saloia visitámos uma pequena povoação quase abandonada. A poucas dezenas de quilómetros da capital há já muitas aldeias completamente vazias ou com dois ou três moradores apenas.

Nesta, apesar de próxima de Pêro-Pinheiro, as actividades económicas não se resumiam à agricultura ou à exploração de pedreiras. Numa das casas mais afastadas da estrada, paredes-meias com um afluente da ribeira de  Cheleiros, estão os restos de uma oficina de máquinas de pinball.

Máquina de Pinball
Pinball Minefields – construída na Malveira

No meio de paredes e telhados arruinados vêem-se painéis coloridos, interruptores, lâmpadas estilhaçadas e muitos fios ligando molas e motores. No meio do lixo há bastidores completos com as entranhas das máquinas vandalizadas e penduradas por fios envelhecidos.

São da época em que as máquinas dos salões de jogos não eram televisores ligados a um computador e podiam ser construídas por quem tivesse paciência e habilidade com um ferro de soldar. O mundo avançou e as máquinas de pinball viram-se relegadas para museus. São mais difíceis de reparar quando avariam e não podem ser actualizadas com programas novos de um dia para o outro. Quem viu uma destas a funcionar em condições nos últimos anos?

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

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