Nas feiras vende-se de tudo
Afonso Loureiro
A crise tem levado cada vez mais pessoas de volta às feiras. Talvez as mesmas que as desdenhavam há pouco tempo. O certo é que circular na feira se tornou mais difícil, com muita gente a tentar passar nos mesmos apertos.
Os novos visitantes julgavam que lá se vendia pouco mais que falsificações de discos, restos de colecção das lojas de pronto-a-vestir e sapatos sem par. A roupa e os sapatos existem, as cópias pirata também, mas agora de filmes com legendas em coreano. Para além disso, há uma infinidade de coisas que não imaginavam, desde as mercearias às ferragens, passando pelo pão e canários com respectivas gaiolas. Há cada vez mais restaurantes com especialidades em grelhados, fritos e cervejas e, perto dos grandes centros da periferia de Lisboa, grupos de emigrantes africanas arrendam talhões para vender milho e batata-doce assados.
Vestidos de noiva
E depois há as coisas que nem mesmo os visitantes habituais esperam – vestidos de noiva vendidos por uma velhíssima cigana vestida de preto da cabeça aos pés.
eh pá, se eu soubesse…