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2008
Morar em Luanda é uma experiência estranha. A sensação de que se está num país estrangeiro nunca chega a ser completa. A cada canto encontramos alguma coisa que é tão autenticamente portuguesa, que nos leva a crer que os últimos quarenta anos não tenham passado de um engano na História. Como podem as coisas estar […]
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2008
Ao fundo da Rua do Laboratório de Engenharia de Angola, uma loja vendia móveis e electrodomésticos. O seu letreiro azul e branco fazia uma relação pormenorizada de todos os produtos disponíveis, com as normais gralhas angolanas. Entretanto, mudou de ramo. Durante umas semanas esteve fechada, com jornais a cobrir os vidros da montra. Foram ficando […]
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2008
Quando não se sabe muito bem o que fazer para o jantar é preciso recorrer à imaginação e inventar qualquer coisa com o que se encontra nos armários e no frigorífico. Como já tinha descongelado um peito de frango brasileiro (halal, por sinal), pensei que um arroz de carne não fosse má ideia. No entanto, […]
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2008
Quando cheguei a Luanda, o nome das frotas de candongueiros dava-me, na maioria das vezes, para sorrir. À primeira vista, era cada um mais parvo que o anterior. Iáces azuis-e-brancas que se distinguiam pelo nome da frota. A pouco e pouco comecei a perceber que os chavões eram a melhor maneira de fazer o táxi […]
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2008
Na Avenida Revolução de Outubro havia um buraco fundo que costumava engolir iáces inteiras. Como estava sempre coberto de água, parecia inofensivo. Só um borbulhar sinistro fazia prever os perigos que escondia. Dizíamos que as bolinhas denunciava um jacaré antropófago, que saltava do seu buraco para devorar criancinhas. Os condutores evitavam aproximar muito as rodas […]
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