Pelo prazer das coisas
Afonso Loureiro
Julgo que a minha veia masoquista não esteja lá muito desenvolvida, porque gosto de fazer as coisa pelo prazer que me dão. O Aerograma é uma delas. É certo que deixou há muito de ser apenas para a família e os amigos, e agora se destina também aos amigos que nem sabia que tinha, aqueles com quem partilho memórias ou somente pequenas histórias.
Mas há alturas em que uma sucessão de visitas inoportunas me deixa a pensar se vale ou não a pena escrever para depois levar nas orelhas. A partir de certa altura deixa de ser por gosto e passa apenas a ser por teimosia. Felizmente que tenho sempre uns dias de artigos programados e posso parar de escrever até que a frustração passe.
Um ou outro comentário com os argumentos do costume ainda se atura, mas ser insultado permanentemente apenas porque expressei a minha opinião é um pouco excessivo. Há pessoas que ainda não perceberam que um blog é apenas mais uma forma de cada cabeça dar a sua sentença. Em nenhum momento me considerei arauto da verdade ou fonte fidedigna de informação sobre Angola. Se não gostam das minhas opiniões, têm bom remédio. Afinal de contas, há por aí tanto blog ignorado a precisar de atenção. Não têm nada contrutivo para comentar? Então guardem o insulto no sítio que melhor entenderem e não chateiem.
Curioso, é que a grande maioria destes comentadores que insultam, achincalham e ameaçam ao abrigo do anonimato da internet têm endereços estrangeiros. Suspeito que seja uma grandessíssima dor de cotovelo que os motiva a insultar um emigrante na sua terra quando são eles mesmos emigrantes em terra alheia. Se pensassem um pouco, saberiam que não lhes estou a tirar o lugar, nem a roubar o de nenhum outro angolano. E, se procurassem saber o que faço, perceberiam que a minha principal função é formar quadros angolanos. Tenho-a cumprido e, se tudo correr bem, continuarei a fazê-lo por mais uns meses, até porque ensinar é outra das coisas que me dá prazer.
Como não vivo num casulo lá para os condomínios de luxo e tenho o privilégio de ter mais colegas angolanos que estrangeiros, sei que os angolanos não são como os que comentam querem fazer passar. São gente boa que gosta de conversar sem complexos.
Andava um pouco angustiado com a vontade que tinha de mandar tudo à fava, no meio de muitos palavrões escritos em letra garrafal, mas isso seria um prazer momentâneo, nada construtivo. Sentir-me-ei muito mais realizado continuando a escrever sobre o que muito bem me apetecer e da maneira que me aprouver. É isso que me dá prazer!
Boa!
E quem não gostar que não leia.
Nós gostamos!
Caro Afonso,
É exactamente isso que deve fazer: ‘continuar a escrever sobre o que muito bem lhe apetecer e da maneira que lhe aprouver’. Quem não gostar coma menos.
Da minha parte um muito obrigado e um abraço!
elmiro
É assim mesmo, continua com o excelente blog. Críticas na net há muito que já não chateiam ninguém por muito atrofiadas que sejam.
Força,
Luís
Continue a escrever.
Como diria o grande filósofo Ibrahim Sued, “os cães ladram e a caravana passa”.
Beijos
Logicamente que este blog tem endereço certo, daí as criticas pró e as críticas contra.
Pois os destinatários estão identificadíssimos.
Á dualidade (pluralidade) da escrita, corresponde a dualidade (pluralidade) dos leitores.
Claro que todos podem ler e só lê quem quer.
Se não fosse este blog, quem se ia aperceber da diferença do gesto da boleia Europeu/angolano? Quer seja curiosidade, quer seja cultura, é original.
E eu cá estarei para o ler com o gosto de uma criança qu lambe um gelado
Viva Afonso.
Não percebo porque continuas a dar importância ao assunto. Esses comentários que referes deviam ser enviados para o lixo imediatamente, sem qualquer menção “honrosa” nos posts. Assim perpetuas a guerra, o que certamente não é a tua intenção.
Deixa-os ladrar, e segue com a tua caravana!
Os últimos foram direitinhos para o lixo, sem passar pela casa de partida nem receber os 2’000$00.
Força amigo Afonso,a mentalidade de certas pessoas não pode prevalecer, da história não rezam os fracos!!!
Em homenagem ao grande actor que ontem “partiu”, deixo uma frase pertença do seu legado “façam o favor de serem felizes”.
Um abraço
Caro Afonso,
É difícil agradar a Gregos e Troianos, sobretudo quando apontamos o dedo a questões sensíveis. A internet, e os blogs em particular, têm muitas virtudes e muitos defeitos. No primeiro caso, reconheço a facilidade de acesso a informação, ainda que seja tanta que cada vez é mais difícil encontrar e identificar a que é fidedigna, bem como o impulso que dá à escrita e à leitura; sem os blogs, muita gente jamais escreveria fosse o que fosse, nem leria muito mais do que as legendas dos filmes! Quanto aos defeitos, para além da desinformação, creio que o mais infame é a agressão anónima. A facilidade com que, por exemplo, se espalha um boato capaz de arrasar com alguém é impressionante, e normalmente isso é feito com sentido de impunidade, mesmo que nem todos os casos terminem anónimos e sem o castigo devido. Angola suscita muitas paixões e muitos ódios. E dar opiniões sobre o dia a dia em Angola tem custos. Mas quando essas críticas surgem do anonimato, há que desprezá-las. O silêncio é o maior castigo para os anónimos. Como tal, deixe-os anónimos e nem revele as suas críticas.
Abraço,
Alexandre Correia
meu amigo,sou angolano a viver no porto e digo-lhe que é um prazer enorme ler o teu blogue.pois nunca tinha visto angola com os olhos de um estrangeiro.situaçoes que para mim eram normais do dia-dia angolano,agora para mim estando do lado de ca( porto) sao bastante caricatas.fazem-me rir,chorar de saudades.esses que criticam querem tapar o sol com a peneira.angola é grande mas tem um longo caminho a percorrer ainda.muito obrigado,e que continues a levar-nos virtualmente para a nossa banda.estamos juntos.
Obrigado pelo alento!