Tribalismo
Afonso Loureiro
O maior bicho-papão desta terra é o racismo, que assume várias formas, consoante o alvo. Umas vez é racismo, outras tribalismo ou, finalmente, é colonialismo. Na verdade é apenas mais um aspecto da desconfiança que os angolanos sentem não só dos estrangeiros, mas também deles próprios.
Ao mínimo sinal de injustiça contra o próprio, mesmo que imaginada, a única motivação possível só pode ser o racismo ou tribalismo. Em caso de preterimento para um emprego, por exemplo, a justificação será o racismo, caso o outro candidato tenha a pele mais clara ou o tribalismo, caso a etnia do escolhido seja diferente da sua, não importando em nada que as qualificações de um e de outro indiquem claramente o mais adequado.
Libertação
Há alguns meses, uma notícia num jornal privado indicou que mais de metade dos altos cargos governativos são ocupados por angolanos da etnia Kimbundo, o que poderia indicar um tribalismo latente no próprio Estado. Mas não vejamos conspirações sombrias logo à partida e pensemos um pouco na História do MPLA.
Durante as fases mais difíceis de afirmação, o MPLA esteve restringido a Luanda e às margens do Kwanza, zona predominantemente Kimbundu, pelo que será natural que os quadros superiores dessa época fossem dessa etnia. A situação modificar-se-ia se houvesse uma renovação rápida destes quadros, com a entrada de gente nova de outras partes do país, mas as figuras que hoje encabeçam o MPLA são as mesmas quase desde a tomada de posse de José Eduardo dos Santos como Presidente. Os mesmos nomes alternam entre governadores de província, ministros, deputados, embaixadores e governadores de província novamente, ao longo de décadas. A existência de muitos Kimbundu no seio do Governo não é sinal de tribalismo, é um reflexo da História e também do apêgo ao cargo, talvez.
Será talvez por não se admitir que haja tribalismo que grande parte da guarda presidencial seja constituída, segundo dizem, por soldados da etnia Ovambo, do sul de Angola, conhecidos por não gramarem nem um bocadinho os angolanos nascidos a norte do Kwanza, exactamente aqueles que rodeiam o Presidente. Não é tribalismo, é a ironia do destino.
Os cuanhamas eram escolhidos para Policia Militar, na tropa do tempo colonial.
Essa escolha da tropa colonial, era devida ao facto do grande porte físico daquela gente.
Mas apenas pelo físico e não pelo divisionismo tribal, pois as autoridades coloniais com 4 anos de comissões nem tempo tinham para distinguir as caracteristicas de cada etnia.
Os angolanos sim conseguiram provocar divisionismo entre os Tugas. Dum lado os energúmenos do racistas e colonialistas e do outro os amiguinhos dos pretinhos.
Ovambo=Cuanhama
Os valentes Cuanhamas deram muita água pela barba ao General Pereira d’Eça, nos idos de 1915.
em 1915, foram os alemães a dar uma ajudinha no sul de Angola e no norte Moçambique.
Aliás, os povos colonizados pelos tugas, nunca tiveram falta de amiguinhos: Holandeses em 1600, ingleses belgas e alemães em 1880, em 1915 os alemães, americanos e russos e cubanos e chinezes em 1960 até hoje.
Todos os brancos verdes e amarelos gostaram sempre muito de ajudar só o tuga é que gostava de colonizar.