Manifestações em Luanda
Afonso Loureiro
Nos últimos meses têm-se sucedido manifestações em Luanda, algumas na vaga de protestos contra regimes autoritários que varre África e Médio Oriente, e outras por razões só angolanas. A maioria tem sido pequena, com direito a mais de um polícia por manifestante.
Com a história conturbada de Angola e a tradicional política de mão pesada no que toca a opiniões dissidentes, é compreensível que apenas uma mão cheia de pessoas venha para a rua. Facto assegurado tanto por figuras do regime como críticos fervorosos.
Fui acompanhando as notícias e tentando imaginar as ruas que percorri com manifestantes e polícia. Como padrão de comparação só tinha as marchas organizadas durante as eleições de 2008 e as procissões da Páscoa ou os festejos de vitórias no futebol.
Na altura era assim
A última manifestação surpreendeu-me. As imagens tremidas que passaram na televisão eram as da rua onde morei. Algumas das pessoas que se viam à janela ou a correr pelo passeio conhecia-as de vista ou mesmo de nome. Pareceu-me mesmo ter visto o Yannick na passagem ao lado do gerador que dá para a rua onde a confusão estava instalada.
Revi mentalmente as moradas e locais de trabalho dos amigos que lá deixei, numa tentativa de perceber se algum deles poderia ser envolvido na confusão sem querer. Para já parece-me que não.
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